sábado, 9 de outubro de 2010

Carta aberta à Zaira de Grandi (*)

Vera Pinheiro

Minha muito querida Zaira, amiga de tantos anos e edições do nosso Jornal A Razão,

           Jamais esqueço o 9 de outubro, sabes disso. É uma data que o meu coração festeja por ser a da fundação do veículo de comunicação que faz parte da minha vida, o mais antigo de Santa Maria, que carrega tradição no nome e modernidade no fazer jornalístico sem perder qualidade e, sobretudo, credibilidade, que sempre foi o seu maior patrimônio.

           Para mim o dia de A Razão se compara à comemoração de um feliz acontecimento familiar, daqueles que relembro todos os anos e agradeço com as mãos voltadas para o céu. Aniversário dos filhos e dos pais, por exemplo, que não perco da memória por nada! E ainda que não tenha festa, celebro com a minha gratidão. Assim é com o aniversário de 76 anos do nosso jornal, que está na sua melhor idade, a que compreende os acontecimentos e os relata sem perder o fôlego atrás de sensacionalismo, de que jamais precisou para atrair leitores e anunciantes.

            Este belo e bom senhor, o jornal, é um setuagenário atento e zeloso por sua saúde jornalística, o que lhe dá exemplar vitalidade e invejável vigor, além de uma vasta sabedoria, podendo mostrar como se faz jornalismo conectado com as mais elevadas aspirações da comunidade em que está inserido. Da praça Saldanha Marinho, onde nasceu, à sede atual, A Razão percorreu mais de sete, quase oito décadas de observação do caminhar de nossa cidade, e o seu entusiasmo pelas grandes causas municipais e regionais jamais arrefeceu! Pelo contrário, está presente e atuante em cada movimento social, político, econômico, em todos os segmentos e classes sociais, indistintamente, vislumbrando as necessidades comunitárias e o potencial realizador da cidade como polo educacional de privilegiada localização e centro comercial e de serviços.

             O jornal A Razão é um educador de várias gerações de jornalistas. Ele se deu como meio de instrução prática a profissionais recém saídos da faculdade e mesmo antes da graduação. Assim, a vida acadêmica passou por suas páginas, transformadas em escola, enquanto era aguardada a conclusão do curso. Com a paciência dos mais sábios mestres, ensinou o cotidiano dessa verdadeira arte, que equilibra saber, experiência, competência e eterno aprendizado. Prontos para o exercício da profissão, muitos jornalistas foram embora da cidade, buscaram crescer no além fronteiras do jornal, mas com certeza se lembram de que, um dia, fizeram as notícias que o jornal publicou. Nisso me incluo. Como filhos criados para o mundo, partiram à procura de novos horizontes e o sucesso que alcançaram por certo tem uma parte que A Razão colaborou, como trampolim para altos e proficientes voos profissionais. Nesse caso, o jornal é como uma mãe que, a distância, torce fervorosamente pelo bom êxito dos filhos e se alegra em cada vitória deles.

              Aqui, Zaira, tu estás, pois compartilhas alegremente de nossas conquistas em todos os âmbitos das vivências, sejam pessoais ou vinculadas ao trabalho, no que tem a ver com a família e com os amores também. Somos muitos filhos de A Razão espalhados por aí. E ter no currículo uma passagem, mínima que seja, pelo jornal dá a segurança de que aprendemos – e havemos de praticar – um jornalismo sério, independente e comprometido com a verdade, acima de tudo. Somos uma família e tu, amiga Zaira, a matriarca. Não creio que o peso dessa responsabilidade seja maior do que o orgulho, a felicidade e a sensação de dever cumprido que dela decorrem.

            No dia 9 de outubro de cada ano, rejubila-se a minha alma por tudo o que o jornal A Razão representa, ainda no presente, na formação humana e profissional que tenho. Esse extremo contentamento ilumina o teu nome, Zaira, como alguém que esteve próxima de mim nas horas boas e nas nem tanto, nos desafios e nas tomadas inevitáveis de coragem para me lançar a iniciativas e à realização de sonhos. Graças dou por tudo o que tu és e pelo que fazes como esteio da casa! Aos irmãos de Redação entrego o meu abraço carinhoso por mais um aniversário do jornal que, diria Luizinho, é feito de “talento e coração”. Aos leitores, muita gratidão, pois são A Razão de estar aqui com enorme vontade de escrever e infinito ânimo de viver.
    
             Com saudade e amor, beijos agradecidos da Verinha de sempre.


 (*) Crônica publicada na edição de 9 e 10 de outubro de 2010 do jornal A Razão (www.arazao.com.br) de Santa Maria, RS.

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