quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Em busca de nova rotina

Vera Pinheiro

Foi-se o primeiro, acabou-se o segundo e o terceiro dia de fevereiro está quase no fim. Agora já é demais! Preciso criar uma nova rotina que me possibilite escrever todos os dias. Mas, impressionante, não tenho tempo! Nunca pensei que um dia teria o avental sujo de ovo e que me ocuparia entre o tanque, o fogão, o ferro de passar roupa e o rodo de limpeza. Tenho trabalhado de manhã à noite como aprendiz de dona de casa. Trainee de doméstica!  Levanto às 6h e às 22h ninguém pode falar comigo, pois estou no quinto sono, exausta! Se meu filho liga depois das 10 da noite não consigo falar duas frases com nexo. Tudo o que consigo balbuciar é “hã-hã, tá”. Tiau e bênção. Já estou dormindo depois de uma jornada estafante. Minha filha põe uma coberta por cima porque do jeito que eu deitar será como acordarei no dia seguinte! Tenho dormido como uma santa, sem dívidas nem pecados.

Em vários momentos penso em ir para o computador, mas as tarefas domésticas me desviam da intenção de escrever. Assim tenho adiado o meu retorno aos blogs. Mantenho, porém, a disciplina de escrever a crônica da semana para o jornal A Razão e a poesia mensal para o blog Poema Dia, e quando boto a alma no texto é justamente a hora em que o computador, sentindo-se alijado da minha rotina e tomado de enorme complexo de rejeição, resolve não funcionar.

Estou no computador da Camila. É como cozinhar na cozinha alheia, a gente fica bem perdidinha, sem os próprios ingredientes, ou seja, as nossas pastinhas e arquivos. Amanhã o técnico fará uma visita para ver o que houve com o meu equipamento. Tenho outro, pequenininho, mas não sei o que aconteceu. As letras do teclado dele estão cada vez mais miudinhas. Será que preciso aumentar o grau dos óculos?

Bem, por enquanto, enxergo bem. Melhorei da ceratite depois de um mês de tratamento e não quero outra. Colírio para os meus olhos só se for alto e bonitinho. Tipo rainha dos baixinhos, eu me apaixonei por muitos homens para quem podia olhar sem erguer a cabeça. E a propósito, a crônica desta semana fala de mulheres, paixões, necessidades e solidão.

Não me sinto sozinha. Em casa fico em absoluto silêncio durante todo o dia e gosto muito disso. Aproveito para fazer meditação em movimento. De vez em quando o silêncio é interrompido pelo latido dos cachorros ou pelo telefone, que não dá sossego! Como é que descobrem o número da gente para a oferta de tantos produtos? Nem estou a fim de pensar, tanto menos de avaliar se quero coisas. “Vou estar informando” que a dona da casa não está. Atendo o portão porque a matilha não para de gritar se tem alguém nele e quando saio à rua converso com as vizinhas. Isso é muito bom. Descobri que tenho uma paixão em comum com elas: o Vanish. Estou apaixonada por Vanish, o alvejante sem cloro. Depois dele até passei a usar roupas brancas. Brancas, não. Alvas como a minha alma pura e boa! Estás rindo de quê?!

3 comentários:

  1. Bigaaaaaaa,
    Exatamente como voce eu também amo o Vanish ...cotedoloco...é impressionante como a roupa fica branquinha, ne. Outro produto que to amando é o sabao líquido para roupas Ecobril (da bombril). O OMO pra mim já era...além do Ecobril ser sustentável, como o proprio nome diz, deixa um cheirinho maravilhoso na roupa..e o danado rende mais que o sabão em pó..
    Beijoca de outra doméstica..ai ai ai ai
    Adri

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  2. Adri, não conheço o Ecobril, mas vou atrás dele! Adeus sabão em pó! Eu meto a mão na massa, digo, na roupa, porque, ao contrário de ti, não sei usar luvas. Fico "atada". E uma boa doméstica não pode ser atada...kkkkk. Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá. Nunca pensei que depois de dois cursos superiores eu adoraria ser dona de casa. E tu, com pós-graduação e tudo? Que doméstica de luxo!!! kkkkk. A gente é o máximo, né, não? Beijos. Ah, e qual é o teu dia de folga pra gente se encontrar?

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  3. Florzinha,
    Quando se para depois de uma rotina eletrizante, com foi a tua, é natural a fase que você está passando agora. Estou curtindo tudo que você tem contado e vivenciado.
    Quanto ao Vanish, também, sou fã número 1 dele.
    Ah!!! Não deixe o cumputador se sentir rejeitado nessa nova fase da tua vida.

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