Vera Pinheiro
Entre idas e vindas neste blog, estou de volta para mais um recomeço. Estava olhando as fotos de Salvador, maravilhosas, e programo aonde ir em breve, não sei quando exatamente. Mas, mesmo que saiba, não vou dizer. Em segredo é que as coisas se realizam. Isso é tão impressionante quanto verdadeiro. A gente realmente precisa saber o que, para quem e com quem contar. Nem todos torcem a favor dos nossos projetos. Boquinha de siri, portanto!
Ando com preguiça de computador e ainda mais admirada do que sempre fui com a minha extraordinária capacidade de adaptação. Algumas vezes escrevi, em tese, sobre o que faria da minha aposentadoria. O incrível é que estou colocando tudo em prática! Tenho me sentido feliz na nova fase, sem trabalho fora. Ainda não consegui fazer tudo o que queria, porque tinha (e tenho) muito a fazer em casa e interrompi as tarefas para uns dias na capital da Bahia, onde minha filha Camila participou de um congresso internacional na área da saúde. Fizemos uma belíssima viagem!
No retorno, voltei ao que estava fazendo, enquanto aprendo o que ainda não sei. Bordar, fazer crochê e tricotar, por exemplo. Tricô de verdade, não aquele que a gente faz com as amiguinhas sobre a vida alheia. Meu próximo brinquedinho será uma máquina de costura!
Tenho conversado com outras mulheres que, como eu, estão voltando para casa. Fiquei surpresa com o sentimento predominante de prazer em se dedicar ao lar e à família. E não é coisa de cinquentinhas aposentadas! Mulheres jovens estão optando por não trabalhar fora para cuidar de filhos (de marido não se cuida, claro, até porque não adianta). Outras escolhem trabalhar por conta própria para não se submeterem a horários sufocantes que as afastam de casa por mais tempo do que gostariam. As mulheres estão voltando para casa, prestem atenção. E gostam disso!
Observo que tenho gasto menos e que tenho mais qualidade nas refeições. Preparo nossa comida sabendo do estado da cozinha. Fora, a gente entrega a alma a Deus(a), porque capricho não é algo que se fiscaliza quando se come fora cinco dias da semana, pelo menos! As lombrigas se divertem, por certo.
Tenho assunto para escrever, mas me sinto atraída por outras atividades do lado de fora, onde há sol e vento fresco. Como pude trabalhar fechada por tantos anos, sem ver o dia passar? Às vezes nem percebia que tinha chovido ou anoitecido, que horror! Ontem me dediquei a acabar com a crise de identidade da minha horta, que não sabia se era horta ou jardim. Tirei todas as flores de lá e plantei no jardim. Reconheci que faltou planejamento, mas vou corrigir e, em breve, serei uma próspera hortifrutigranjeira.
Minhas unhas ficaram acabadas, mas não sei trabalhar de luvas e gosto de mexer na terra. A cabeça fica um espetáculo! Fresquinha que só! Uma vizinha, a quem não via há alguns meses, me disse: “Estás com uma aparência ótima”. Eu também acho. Nada demais. É que estou feliz. Bem feliz!
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