sábado, 5 de fevereiro de 2011

O cão e a ovelhinha

Vera Pinheiro
Criar filhos e bichos requer muuuuuita sensibilidade. Essa não é uma comparação ruim, mas verdadeira. Bebês não falam, porém se expressam, e dá-se o mesmo com os animais. Olho para os meus cães e gatos e sei o que eles querem e do que necessitam. Sou fascinada pela minha família animal! Acho até que a minha vizinha do lado não fala comigo por me ouvir conversar com cães e gatos o dia inteiro. Deve pensar que sou doidinha de pedra. De manhã cedo, saúdo os bichos dizendo “bom dia, meus amores”, e os chamo pelo nome num tom de voz adocicado. Eles despertam o meu lado mais delicado.

Agora, fala sério, como alguém pode não ser doce na companhia de gatinhos como o Shinny e o Happy, que se deitam entre a tela do computador e o teclado, enquanto escrevo? Dentro de casa, ando como os gatos, devagar e sem fazer barulho para não assustá-los. Isso me dá mais leveza.

Baby, o pincher que foi abandonado em nossa casa e que consideramos um presente dos céus, tem lá suas peculiaridades. Ele morre de medo de avião, fogos de artifícios e trovões. Quando chove ele fica muuuuito inquieto. Anda de um lado para outro, dá plantão na porta de casa e não consegue ficar sozinho na casinha dele.

Noite dessas chovia muito e observei o comportamento dele. Não ficava com a matilha nem em sua casa na porta da cozinha. Estava perturbado o bichinho, com medo dos relâmpagos. Não podia dar-lhe o privilégio de trazê-lo para dentro de casa. E os outros, como ficariam? Tratamento igual para todos, isso é lei!

Aconcheguei-o no meu peito, enquanto procurava uma solução definitiva para a insegurança do cãozinho. Nisso dei com os olhos numa ovelhinha que ganhei de um recente quase namorado. Não entendo isso: tenho 55 anos e os homens continuam me dando bichinhos de pelúcia e de lã como se eu fosse uma adolescente! Que bobagem! Estariam me chamando de retardada?! Troquem isso por uma jóia de 24 quilates que eu vou achar ótimo! Alguns homens são muito abobados mesmo! Por que a capacidade masculina de observação do comportamento feminino é tão limitada?! Até parece que tenho 40 anos a menos, quando recebi o primeiro cachorrinho de pelúcia do meu primeiro namorado, aos 15.

Encontrei a solução para as angústias do meu cãozinho Baby! Peguei a ovelhinha do quase namorado, já um ex, e botei na casinha. Pra quê! Foi um casamento perfeito entre o cão e a ovelhinha! Baby dormiu a noite inteira aconchegado no bichinho de lã e dali para frente não choramingou mais quando chove e troveja! Acho que eles estão em plena lua de mel! Acho, não. Tenho certeza!

O único problema é que o gênio ruim (e quem não tem?!) do Baby se manifesta quando os outros cães se aproximam da casa dele. Ele cresce o pelo! Parece um pitbull! Tudo para proteger a sua ovelhinha. Não é lindo o amor?

 Baby chamegando a ovelhinha
Shinny e Happy, meus fieis escudeiros

3 comentários:

  1. Florzinha,

    Concordo com você sobre a troca da ovelhinha pelo anel de 24 quilates. Quem ganhou nesse caso foi o Baby, ganhou uma companhia para acalmá-lo dos seus medos.
    Meu afilhado está lindo!!!

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  2. Lindinha, agora que estou ativando a vida virtual de novo (e a sexual, naaaaada!), vou colocar o link para o teu blog, no post das superpoderosas. Happy está esperando (deitado) a visita da dinda dele. Vamos fazer uma domingueira dia desses aqui em casa? Vamos falar com a Docinho e agendar isso. Vou adorar! Beijos.

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