Vera Pinheiro
Tudo o que está em nosso caminho carrega uma lição e nos ensina. Precisamos estar atentos e receptivos às mensagens que o universo envia. Coisas simples, que estão na rotina, podem ter muito significado. Os quebra-molas, por exemplo. Se passarmos em alta velocidade por eles o carro vai sofrer um solavanco e, talvez, danos. Isso acontece quando andamos distraídos, não olhamos por onde trafegamos e não observamos o que está à frente. Atentos à sinalização (e aos sinais da vida), veremos os quebra-molas (e os estorvos) e poderemos passar suavemente sobre eles, sem sustos nem sacudidas bruscas.
E o que são quebra-molas? São obstáculos colocados sobre as ruas ou estradas para obrigar os motoristas a reduzirem a velocidade dos veículos. Não parece a definição de algumas dificuldades que enfrentamos? Alguns problemas nos ensinam a baixar o ritmo, a andar mais devagar, a diminuir a velocidade com que andamos pela vida. Com isso aprendemos um pouco mais da suavidade necessária à vida.
Quantas situações nos fariam esbravejar, pular, gritar, chorar? Depois de tantos “quebra-molas” que a vida coloca no caminho, um dia aprendemos a suavidade. E passamos por muitas coisas e pessoas sem solavancos. Com delicada suavidade.
Porém, “tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu”, diz uma música do Chico Buarque (se não estou enganada quanto à autoria). Sim, às vezes, a gente entra na segunda-feira já sonhando com o próximo final de semana ou, no mínimo, esperando que o dia acabe logo para se voltar à toca, que parece um abrigo seguro do mundo. Há um peso que os nossos ombros parecem não suportar, por mais forte que seja o esforço para carregá-lo sem queixas.
O que fazer num dia assim? Muda a sintonia! Troca de pensamento! Modifica o estado de espírito! Não te deixes abater! Sacode o desânimo! Pensa em algo feliz! Projeta um desejo! Faz um plano! Sonha com algo maravilhoso! Pensa em algo positivo! Refaz o otimismo! Anima a perseverança! Confia no Poder Divino! Entra em conexão com o teu eu interior! Ergue a cabeça! Anda ereto! Olha para o alto! Sorri! Canta! Ilumina a vida! Pensa no sucesso! Ativa o poder que habita a tua alma! Restaura a harmonia! Aciona a intuição! Abre o coração para as boas influências! Vislumbra a felicidade! Rememora os momentos de vitória! Persevera! Não deixes que as preocupações tirem a capacidade de solucionar o que for preciso! E olha de frente para o problema que te tira a paz. Ele pode ser menor do que imaginas. O medo engrandece as situações e imobiliza a gente. Segue adiante, confiante, amoroso e seguro. E repete com persistência: tudo vai dar certo! Eu sou capaz!
Os quebra-molas não impedem a passagem, apenas nos alertam para uma travessia mais cuidadosa. Os obstáculos não haverão de te impedir de seguir adiante em busca da vitória das tuas aspirações e a tua tenacidade, e a tua coragem e a fé que tens em ti e na vida precisam ser maiores do que os problemas. Todos nós temos algum momento da vida em que estamos carentes, frágeis, pedindo colo, querendo conforto, com a autoestima em queda livre. Negar isso é negar as próprias emoções. Ou pregar uma mentira para os outros, querendo convencer a si mesmo.
Um momento desses requer acolhimento. Quando admitimos as carências, as dificuldades, os problemas, a situação começa a se resolver e fazemos alguma coisa para modificá-la a favor das nossas melhores intenções. Deixamos, então, de agir como reflexo e de receber os estilhaços dos problemas. Quando os encaramos, começamos a buscar soluções para resolvê-los por inteiro.
É saudável e positivo à realização de nossos projetos evitar a insistência na conexão com fatos e ou pessoas que representam obstáculos e que nos aborrecem, magoam ou irritam. Tudo passa, tudo já se foi, mas a gente continua lembrando e revivendo a ferida. A vida é leve! Não é preciso carregar o mundo nos ombros. Não podemos nos deter no sofrimento nem nas dificuldades. Caminhemos! A gente precisa fluir com a vida para ser feliz e ter o coração alado para chegar mais depressa aos lugares onde moram os nossos sonhos mais bonitos.
(*) Crônica publicada no jornal A Razão (www.arazao.com.br) de Santa Maria, RS, edição de 5 e 6 de março de 2011.
Florzinha,
ResponderExcluirEsse post caiu como uma luva para mim. Tenho encontrado uns quebra-molas e os tenho super valorizado. Acredito ser capaz de administrá-los de frente e de forma direta.
Beijos.
Lindinha.
Lufada de ar fresco este belo texto,
ResponderExcluirDevagar e bem assim haverá sempre quem.
Gavine
www.celularubra.blogspot.com