Vera Pinheiro
A tudo o que realmente importa a gente dá a preferência do tempo. Porém, algumas coisas de que gostamos muito são preteridas em detrimento de outras, mais urgentes, embora necessárias também. Quando vemos, deixamos de lado uma série de prazeres porque sucumbimos a atividades que nos sugam até as entranhas e ficamos sem energia para aquilo que antes era fundamental. E era mesmo. E ainda é, mas foi abandonado.
No meu caso, escrever. No ano em que realmente me aposentei, foi o que menos escrevi. Fui tragada por exigências que ocuparam todo o meu tempo, precisei resolver uma infinidade de assuntos e me dediquei pouco a mim e a esse meu antigo, incomparável e insubstituível prazer. Por meses, escrevi apenas uma crônica por semana, a que publico na edição de fim de semana no jornal A Razão, de Santa Maria, RS. Deixei de atualizar os blogs, nem sei o que aconteceu com o meu Twitter (será que ainda estou lá?) e a minha vida virtual se resumiu ao Facebook, que aprendi a gostar na medida em que reencontrava pessoas da minha estima.
O ano de 2011, vendo-o de longe, foi diferente em todos os sentidos. Trouxe grandes desafios e imensas lições de vida. Por tudo o que passou, mereço que o ano de 2012 seja brando. Será! Ufa.
Recomeçar é algo bem mais difícil do que qualquer começo. Mas cá estou de novo, no esforço do recomeço, depois de muita ausência, alguns ensaios de retorno, promessas descumpridas e vontades não concretizadas. Eu me esgotei de um tanto no ano passado que não tive fôlego para me dar o prazer de estar aqui. Sim, isso acontece, por incompreensível que seja.
Agora estou de volta para o meu próprio aconchego e reviro as gavetas do coração, vasculhando interesses que ainda são válidos, pessoas que quero perto, os meus sonhos, projetos e desejos, em busca do que me contenta a alma. Escrever, por exemplo.
Que bom esse seu recomeço, querida Vera. Nossa alma, lógico, tbém contente, agradece.
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