Vera Pinheiro
Como é que a gente deixa de fazer uma coisa que era prazerosa? Não, não é o que vocês estão pensando... Se bem que... Bem, deixemos isso para lá...rsrsrs.
Estou em busca de explicação para o fato de eu não escrever com a regularidade de antes, todos os dias. Não é preguiça, tampouco falta de inspiração ou de vontade. Simplesmente o dia passa e não abri a tela do computador.
Não fosse a crônica semanal e um ou outro pitaco no Facebook, não digitaria uma só palavra. Tem a ver com o meu silêncio interior, claro, mas não posso deixar de fazer algo que ainda me agrada muito, e não posso me queixar de falta de tempo porque sou dona dos meus horários.
Pensando nisso hoje cedo – sim, eu continuo levantando cedo apesar de não trabalhar mais fora, só do portão para dentro –, observei que me deixo seduzir pelos apelos domésticos, pelo que há por fazer no quintal, além dos cuidados da minha família animal. Essa parte sempre ficou em segundo plano. Primeiro, o emprego; todo o resto, depois.
Mas como, então, eu conseguia escrever? Porque era a primeira coisa que eu fazia, logo ao acordar. Sendo assim, vou deixar tudo de lado – nem a cama vou arrumar! – e voltar minha atenção para o computador na primeira hora do meu dia.
Estou com saudade de mim e da alegria que sinto quando escrevo. Posso me reencontrar, ainda bem. Já encontrar algumas pessoas, de quem sinto saudade, não depende apenas de mim. Ou nem depende de mim, mas delas. E elas não sentem falta de mim, senão parariam um instante – assim como estou fazendo para repensar os meus escritos – e buscariam uma explicação e uma solução para a ausência. A gente só quer de volta o quê e quem faz falta. No mais a vida segue entre lembranças e esquecimentos.
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