Vera Pinheiro
E dizer que hoje é sábado,
Está frio e não tenho um aconchego
Para os desassossegos, as inquietudes e vontades
Do meu corpo e da minha alma
É sábado
E sobre a mesa
Uma xícara de chá quente
Em vez de um espumante geladinho
Para brindar a vida e os encontros
É sábado
E a cama está arrumada como não devia
Nenhum lençol fora do lugar
A denunciar o ninho vazio sob as
Cobertas que não aquecem a solidão
É sábado
E a música deu lugar ao barulhinho
Do teclado do com puta dor
Para quebrar o silêncio quase insuportável
E bastante incompreensível
É sábado
Por toda esta noite ainda
E vou atravessar horas insones
Até que amanhã seja domingo
E venha a segunda-feira
Com a sensação de que não
Estou sozinha
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