quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Relaxamento feminino

Vera Pinheiro

As mulheres falam mal dos homens, reclamam de pau torto que esguicha fora do vaso sanitário, mas... vamos falar a verdade! Mulher, quando dá para ser relaxada, é um horror! Minha mãe já dizia que homem porco mulher conserta, mas mulher relaxada não tem homem que dê jeito.

A melhor prova do desleixo (ou do capricho) feminino é o banheiro. Ao de casa poucos têm acesso (quem chega à porta do meu banheiro pode considerar-se íntimo!), mas os banheiros públicos são compartilhados  com outras mulheres (e somente mulheres, o que inocenta os homens). Em sinal de respeito pelas outras, deviam dispensar cuidado redobrado ao que não é apenas seu!

Oh, céus! Quanta imundície! Como uma mulher tem coragem de fazer xixi em pé e deixar a almofadinha do vaso toda mijada? Por que não passa ao menos uma folhinha de papel para secar, já que fora de casa uma mulher não se senta em privada, exceto em caso de dor de barriga extrema, e ainda assim forrando com tantas folhas que mata meia floresta? E por que deixa os absorventes higiênicos abertos com seu sangue menstrual à vista de todas? Vai quebrar o pulso se enrolar em um pedaço de papel e jogar na lixeira? Qual é o esforço para puxar o rolo sem deixar a ponta encostada no chão imundo? Eu pego papel para apertar a descarga, tanto nojo tenho disso tudo. E não é frescura, é capricho.

Além disso, como uma mulher pode colocar papel higiênico fora da lixeira, esparramado pelo chão? Por que não joga dentro do vaso ou dentro do lixo, que está ali para isso? E é preciso colocar um aviso de que não se joga absorvente dentro do vaso porque entope?

Não estando o banheiro entupido, o que é um nojo, por que não dão descarga e deixam o coco flutuando e a tampa do vaso abaixada para disfarçar? Não há o que me faça levantar a tampa de um vaso sanitário compartilhado! Tenho pavor dessas surpresas! Prefiro segurar o xixi até não aguentar mais. Não abro! Torço as pernas e vou embora.
                       
Alguém explica por que uma mulher passa o fio dental e deixa restos de alimento grudados no espelho?  E por que escova os dentes e deixa a pia suja de pasta, quando não de restos da última refeição? Argh! Fios de cabelo espalhados sobre a pia é outra nojeira! E, por favor, dá para não se olhar no espelho e jogar a toalha de papel dentro da lixeira?

Se fazem assim no que compartilham com outras, dá para imaginar a imundície que é o seu próprio banheiro.

Olha, vou te contar uma coisa: desconheço o estado dos banheiros masculinos, mas ando doidinha para fingir que me enganei de porta e entrar em um deles só para ver como é. Homens, não se iludam! Banheiros femininos compartilhados são repugnantes! Pronto! Contei!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

“Ficar” com colega

Vera Pinheiro

Amiga minha marcou encontro de última hora porque tinha urgência urgentíssima de desabafar e não podia falar por telefone. Cancelei o que faria no intervalo do almoço ontem para estar com ela. Afinal, amiga que é amiga não desampara nessas horas de aflição. Nem era caso para tanto, mas a gente não pode avaliar a dor alheia. Ou a fúria da pessoa que passa por determinada situação, como essa amiga minha.

O problema não foi causado por ela. A culpa é todinha do colega dela! Quem mandou aquele homem ser lindo, tesão, bonito e gostosão? Aliás, nenhuma mulher devia ter um colega com esse perfil nem mesmo trabalhando 12 andares acima ou abaixo, sendo da mesma empresa. Todos os homens com quem trabalhamos deviam ser muito feios, porém competentes, bons de serviço (profissional), não ter um pingo de charme e, de quebra, além de prestativos, serem fiéis cumpridores da obrigação de tratar a gente com educação e gentileza.

Feiúra devia ser uma qualidade a constar do currículo a fim de não provocar o incontido e incontrolável desejo feminino, com sobra de razões no presente caso. Colegas deviam ser gays, porque o fato de serem casados não impede que as mulheres queiram fazer uma boquinha neles. Casamento nunca foi impeditivo de relacionamento com terceira pessoa, e chega mesmo a ser estimulante transar com alguém que usa aliança no dedo, que não nos pertence. Essa é a opinião de outra amiga minha que me vem à memória. Aquela outra, como a de que falo hoje, adora saber que se alguém tem problema de consciência não é ela, que é livre, desimpedida, maior de idade, vacinada e turbinada.

Gesticulando mais do que Elis cantando Arrastão em festival, a minha amiga reclamou do modo como o bonito a tem tratado depois que tiveram uma – só umazinha - noite de sexo casual. Eles nunca mais tocaram no assunto, a coisa morreu ali. Ela tocou a vida adiante porque, aos 37 anos, não tem mais postura de virgem, tanto menos de apaixonada só porque transou com alguém. Pelo contrário, tudo continua como dantes para ela. Ou seja, não há nada além de uma noite de sexo casual com o coleguinha.

O problema é que ele começou a empatar o serviço dela, uma espécie de represália porque ela não anda atrás dele como tooooodas as que ficaram com ele. Ela só ficou. E uma vez, que mais não merece. Próximo!

No meu modesto pitaco, acho que a questão é que ele está ressentido porque ela não fez ceninha apaixonada no dia seguinte, não ligou nem cobrou ligação, não lançou olhares de peixe morto na direção dele, não ficou relembrando o episódio que, aliás, já caiu no esquecimento. “Nem foi a melhor foda que tive! Acho que ali tinha muita propaganda enganosa!”. Concordo com ela.

Homem é muito engraçado. Se a mulher corre atrás, ele foge com medo de pressão. Se fica na dela, como se nada tivesse acontecido, ele se ofende! Foi SÓ uma transa, não um convite a namoro. Acabou. Dá para entender ou precisa que desenhe e tire cópia para analisar?

Porque os homens complicam, prevalece a máxima “Onde se ganha o pão não se come a carne” (dos colegas, chefes e assemelhados). É dor de cabeça na certa. Uma pena.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Estrelato

Vera Pinheiro

Agora, sim, vou alcançar o estrelato! Aliás, nem sabia definir o que era exatamente isso até consultar o velho e bom Aurélio: “Situação brilhante desfrutada por pessoa que sobressai pelo valor, prestígio, popularidade, em especial as estrelas e astros de teatro, de cinema e de televisão”.

Preciso me acostumar logo com a fama, o sucesso, a fortuna, a glória e o renome que alcançarei com a celebridade que vou me tornar! Aonde eu for, pedido de autógrafos, sorrisos, tapetes vermelhos, convites, flores, gente correndo para me abraçar, me beijar, rasgar minha roupa, ganhar um olhar meu. Papparazzi correndo atrás de mim e eu, de óculos escuros, peruca, chapéu, fugindo dos flashes e reclamando da invasão de privacidade, cercada de seguranças altos, fortes, espadaúdos, de terno preto e óculos escuros, guardando a minha chegada e a minha saída de todos os lugares, dentro de um carro blindado. Ok, dispenso a limusine, mas não o champanhe gelado e alguém muuuuuito especial para brindar e beijar na boca. Alguém que me adore, aliás. Não precisa me amar, mas me admirar inteiramente, afinal, a admiração faz cócegas no ego, festeja a vaidade e não deixa de ser um jeito de amar.

Linda, famosa e endinheirada, não vou tirar extrato bancário toda semana, não vou esperar o dia do pagamento, não vou fazer contas todos os dias, não vou contar moedas, não quero nem saber do meu saldo, das minhas aplicações, quero apenas saber dos meus lucros e ter uma piscina igualzinha a do Tio Patinhas para brincar e fazer tilim-tim-tim!
                     
Quero um bando de gente trabalhando para mim: contadores, administradores, uma secretária que atenda meus quatro celulares e faça a minha agenda, massagista, domésticas de uniforme branco e preto, babás para os meus cinco cães e dois gatos, motorista de quepe, um mordomo de fraque, um cozinheiro com chapeuzinho, um jardineiro que não use luvas para cuidar das flores. Uma mansão enorme, com muitos quartos de hóspedes para abrigar as visitas. Duas casas montadas ao lado para as visitas de meus filhos (e possíveis netos). Uma sala de jantar com muuuuuitos lugares, um quarto com tuuuudo o de que gosto, uma cozinha com fogão a lenha incluído, uma lareira enooooorme. Tudo enorme, aliás, e gente bem paga para fazer o serviço.

Não estou sonhando, não! Vou alcançar o estrelato! Uma estrela, já sou. E exibida que só! É que ontem estava olhando vitrinas e entrei em uma loja para saber o preço de uma roupa (nunca mais vou saber o preço de uma roupa que me agrade!), quando fui convidada para ser modelo fotográfico do próximo catálogo da loja. O fotógrafo é o maior famosão, mas não vou fazer propaganda sem conhecer de perto a figura. A loja é boazona. E a oportunidade, pergunta se vou deixar escapar? Claro que não! A data das fotos já está marcada, falta experimentar as roupas. O probleminha será comparecer ao local de cara lavada. Eu já estou naquele ponto de não ir sequer ao portão sem maquiagem!

Me acabando de rir do ocorrido, vou encarar a máquina fotográfica de boa. E eu lá sou mulher de tomar susto por pouca coisa? Lá vou eu, rumo ao estrelato!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Eu e a pimenta

Vera Pinheiro

Adoooooro pimenta! Quanto mais ardida, melhor! Das restrições alimentares a que me submeto, ficar sem pimenta... Nem pensar! Negociei com a nutricionista, que liberou a do tipo “Dedo de moça”, conhecida também como pimenta-calabresa. Prometi ficar longe da Malagueta, mas dou uma bicadinha nela de vez em quando. E o cheiro? Humm, delícia! Pimenta de cheiro, aliás, é ótima também. E eu ainda não mostrei que sou uma próspera agricultora! Na minha horta tem pimenta, com serventia para saúde, dentre outras propriedades.

No Correio Braziliense de hoje tem uma página sobre a pimenta, sob o título de “Benefício está no ardor”. A reportagem tem um box de mitos e verdades e lá diz que é bom comer pimenta quando se está resfriado: “funciona como expectorante, pois estimula a mucosa gástrica e aumenta as secreções do sistema respiratório”. E, ao contrário dos que andam atrás de “apimentar a relação”, a pimenta não é um alimento afrodisíaco. Ainda bem, senão eu subiria pelas paredes como nem o homem-aranha é capaz! “A ingestão de pimenta provoca no corpo a liberação de endorfina, hormônio do bem-estar, que não tem, necessariamente, relação com o desejo sexual. Os efeitos da pimenta e do sexo é que são parecidos: dilatação dos vasos sanguíneos, aumento do ritmo cardíaco e do suor”, segundo o Correio. Vai ver é por isso que eu adoro pimenta. Não tem tu, vai tu mesmo!

Eu e a pimenta temos muito em comum. “Pimenta velha arde mais do que pimenta nova”, sabias? Por isso que eu sou tão ardida! “Uma vez colhida, a pimenta começa a secar. Consequentemente, a superfície exterior se aproxima da placenta, onde se concentra a capsaicina, e o mínimo contato das sementes com o tecido placentário é suficiente para contaminá-las com a capsaicina. Logo, quanto mais seca, mais concentrada é a pimenta”. Eu que o diga! Ardida, mas gostooooosa!

sábado, 25 de setembro de 2010

Para uma vida em paz (*)

Vera Pinheiro
           
            Não pratiques nada de que venhas a te arrepender tardiamente, sem valia nem possibilidade de conserto. Atenta para que teus gestos e tuas atitudes sejam a expressão do bem e da verdade, que revelem sabedoria e espalhem a luz do conhecimento. Não te precipites em falar sem pensar, tampouco em julgar o que não te diz respeito. Não te manifestes sobre qualquer assunto sob impulso da raiva, motivado pela ira ou com ímpeto de vingar o teu ego ferido. Acalma as tuas emoções antes que elas te dominem e que faças o que não deves ou deixes de fazer o que é da tua obrigação e responsabilidade. Aprende a calar até que possas exprimir teus sentimentos com serenidade.

            Não coloques em mãos de outrem o teu destino, pois ninguém sabe melhor do que tu quais são as tuas vontades e necessidades, bem como os meios a que recorrer para que se realize o que tu queres. Se precisares de ajuda, pede aos outros, mas não esperes deles mais do que dariam a si mesmos. Nem por isso reclama de pouca generosidade. De outra vez não peças, se não sabes aceitar com humildade o que te dão. Toma iniciativas que te conduzam à concretização dos teus sonhos, pois não há quem possa sonhar por ti e fazer a tua vida em teu lugar. A cada um cabem ações intransferíveis, assim como o prazer de vencer por mérito próprio e de alcançar a vitória por esforço empreendido em causas justas.

            Evita as lágrimas que não representam alívio ou consolo ao teu coração. É inútil o choro que tenta convencer os demais das tuas fraquezas, na intenção de que se apiedem de ti. As pessoas respeitam os fortes que choram, mas não se comovem com fracos que gostam de impressionar. Sê sincero em tudo o que fizeres, não te envergonhes das tuas limitações e do que não sabes. Não deixa que a inexperiência, os erros e os insucessos te impeçam de buscar aperfeiçoamento constante e de progredir.

Olha com modéstia as tuas virtudes, mas não as negues. A estima que deves ter por ti mesmo há que ser maior do que a admiração que tu despertas. Ambas são fontes que precisam ser renovadas constantemente, mas só prosperam as que se acolhem no manto da realidade. As ilusões, as farsas e as mentiras não sobrevivem ao inexorável passar do tempo. Prescinde delas, assim como das más companhias. A solidão não é pior do que estar com alguém que não preza a si e alicia para o mal sem se importar com prejuízos pagos com a vida de inocentes.

Sê gentil com todos, mas convida para o teu convívio apenas os que cruzam a soleira da tua porta sem menosprezar a tua privacidade, os que são capazes de guardar os segredos da tua intimidade, os bons de coração, os que a tua intuição sinaliza como dignos de confiança. Se, apesar de todos os cuidados, fores atraiçoado não te ocupes em tramar vingança. Perdoa sinceramente e esquece tudo para que as más lembranças não corroam a tua paz. No entanto, fica alerta e te conduzas, doravante, como quem tirou do episódio uma lição. Não desmereças quem quer que seja, mas te acerca dos que merecem crédito e, também, dos que sabem sorrir. Pessoas mal humoradas contaminam os ambientes, assim como os alegres dissipam as energias densas.

Transforma a existência naquilo que aspiras, e para isso não precisas de outro recurso além de proceder mudanças no que és, nos conceitos rígidos que cultivas, nas opiniões inarredáveis que defendes e nos procedimentos que te afastam dos outros. Gostar da humanidade que há em todos permite descobrir a porção divina que os habita. Não vasculhes defeitos alheios, repara nos teus para corrigi-los. Não te exponhas a olhares que te desvalorizam e não te atribuas culpas que não tens. Não aceites manipulações nem elogios fáceis, mas fortalece a consciência do teu próprio valor. Não te compares com ninguém. Não fiques à sombra dos que te parecem maiores nem esmagues os que achas serem menores que tu. Cada qual tem qualidades e toda individualidade tem encantos peculiares. Se ainda não percebeste, descobre e celebra o ser inédito que és.

Não coloques dificuldades no caminho das vitórias, remove com paciência o que atravancar o teu sucesso ou, simplesmente, contorna com habilidade. Não digas palavra alguma sem convicção, mas não esperes por certezas, que são raras. Nutre o teu espírito de amor e compaixão, mas não te escravizes por eles. Dedica o melhor de ti ao que fizeres, respeita tudo e todos e não te impressiones com o inexplicável, que desafia a tua fé. Vive cada dia com gratidão e as tristezas não te visitarão. Promove a paz e tudo ficará como desejas: em paz.

(*) Crônica publicada na edição de 25 e 26 de setembro de 2010 do jornal A Razão (www.arazao.com.br) de Santa Maria, RS.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Ela enjoa dos homens

Olá Vera, estava pesquisando sobre agradecimento e achei vc agradeço ao universo por ter encontrado, você é fantástica, sua força de expressão e compreensão da vida são ímpares, e…, preciso de ajuda. Tenho 34 anos 02 filhas (14 e 11 anos), sou separada, tentei manter meu casamento, que foi repleto de idas e vindas, tentativas e desgastes, enfim, eu queria que as crianças tivessem uma família que fosse tudo perfeito e só fiz besteira comigo mesma,

após o casamento eu tentei outros relacionamentos (tive 02 relacionamentos até o momento), porém não consigo me vincular a ninguém no começo até pareço empolgada com o amor que sentem por mim, depois de um tempo eu acabo enjoando da pessoa e praticamente jogo p/fora da minha vida, claro que não sou compreendida pq nestes 02 relacionamentos meu companheiros tinham planos sérios comigo, eu magoei os dois, no último eu nem fiquei tanto tempo com ele, tão logo percebi que algo estranho estava no ar já fui terminando, pq o primeiro ficou tão louco que me ameaçava, dizia que se eu não fosse dele não seria de mais ninguém., estas coisas desagradáveis, bem o segundo continua meu amigo e diz que vai me esperar. Eu deixei bem claro que não o amo e que não vou tentar amar ninguém, nem ficar com alguém para fugir de solidão. eu me dou bem comigo mesma e quero um amor que flui que não precisa se esforçar…..

Com tudo o que o 2ª cara fez para tentar abrir o meu coração, acabou fazendo nascer dentro de mim a vontade de amar alguém, encontrei ao acaso uma pessoa que não vejo há uns 12 anos, ELE NÃO ME RECONHECEU, ou não quis me reconhecer, (foi uma paixão de adolescente que eu não vivi, ficou só na vontade, era um amor platônico que eu não realizei), desde então eu fiquei boba, primeiro eu senti um calor no coração, fiquei perdida, sem coordenação motora para continuar o meu caminho, foi uma sensação única, depois após uma noite de sono………, veio a ressaca, pq me ocorreu que faz 12 anos que não o vejo, ELE NÃO ME RECONHECEU e eu fiquei feito besta olhando p/cara de longe e eu não sei o que fazer, deixo isso no passado, afinal não aconteceu NADA infelizmente, foi algo que eu gostaria muito de ter vivido, mas não tive coragem de viver na época e percebi que não tenho a droga da coragem de viver agora, me sinto ridícula como se tivesse 16 aninhos, me sinto impotente, ridícula.

Você pode me ajudar????
estou fazendo terapia, pq fiquei inconformada com o ocorrido, mas, não sinto que a terapia esteja me ajudando, pq parece que meu terapeuta não leva a sério o que lhe falo, então após ler seu blog , te achei especial com a sensibilidade que procuro para poder abrir o meu coração.
desculpe-me por ser tão extensa em minha palavras.
felicidades

Querida, demorei em postar e responder a tua mensagem, desculpa. Achei melhor não te identificar, por isso não vou te tratar pelo nome, tanto menos completo. Preservo a tua identidade, e te agradeço pela confiança. Espero que o tempo tenha te ajudado a encontrar as soluções que queres e desejo, sinceramente, te ajudar de algum modo, apesar da demora.

Mulher é um ser muito estranho, às vezes. A gente se queixa dos homens, mas (às vezes também) acaba agindo do mesmo modo deles, quando se trata de relacionamentos. É ou não é?

Se a gente ama o cara e é a melhor mulher do mundo para ele, leva um pé na bunda ou, o que é mais dolorido, uma esfriada daquelas! Ele ignora, some, liga lááááá de vez em quando só pra saber se a gente está viva e ainda a fim dele (telefonema de manutenção, eu diria).

Agora faz o contrário: chuta no saco, ignora, diz que tem outro na parada, faz dele gato e sapato e vê o que acontece. O homem rasteja, pede clemência e vive correndo atrás.

Coisa triste isso! Vem cá: não é o que estás fazendo com os homens que te querem? Tudo bem, se não queres nada com eles, é uma escolha tua. Mas tens de ver se não é imitação daquele odioso comportamento masculino. Eles gostam de ti e tu enjoas deles, como se eles fossem um brinquedinho vencido, sem mais interesse. Queres algo mais desafiador, alguém por quem arrancar os cabelos, chorar noites inteiras e te rasgar todinha.

Aí, então, surge o terceiro, um homem do passado, que não te reconhece... e o desafio está lançado! É por este homem que vais arrastar um bonde! No fundo de ti, a pergunta que não quer calar: “Como assim, não me reconhece?! Ele, como os outros, devia gostar de mim. E se não gosta, quero conquistar...até enjoar dele”.

Isso, querida, é falta de maturidade amorosa. É medo de amar. É não querer criar vínculos pelo temor de que não dê certo de novo e venhas a sofrer. É não querer correr o risco de se envolver de verdade e se entregar inteiramente ao sentimento.

Não tenho a menor dúvida de que tens coragem e sabes viver sozinha. Isso não é (mesmo!) difícil. Difícil é saber conviver, é compartilhar o cotidiano, é dividir a vida com alguém. É preciso muito mais coragem para amar (e ser amada) do que para viver sozinha.

Muitas pessoas, homens e mulheres, se boicotam no amor por medo de sofrer, então, não se dão a chance de felicidade a dois. Migram de uma pessoa para outra como almas penadas, sem se fixarem em nenhuma. E acabam sozinhas, se jactando de que a solidão não as assusta.

Que venha um amor bem feliz para a tua vida. Sem complicações e sem enjoos. Depende muito de ti, acredita!

Um beijo e meu carinho,
Vera Pinheiro

Amigas taradas

Vera Pinheiro

Amiga minha, mãe extremada de dois lindos homens na faixa dos 20 e poucos anos, anda muito incomodada com o súbito (mas explicável e compreensível) assédio das amigas em cima dos pimpolhos dela. Ao mesmo tempo, pessoa boníssima que é, se sente mal com essa desconfiança que passou a ter, de tempos para cá, em relação a mulheres que são suas amigas do coração e, até prova em contrário, fidelíssimas à amizade, o que significa dizer que, se algum interesse houvesse delas por eles, ela seria a primeira a saber. Afinal, sempre foi a primeira a saber dos amores, dos amantes, das brigas, dos casos e descasos das amigas. Essa amiga minha, aliás, é do tipo que ganha – com sobra de méritos – a confiança de todas e logo se torna confidente de todo mundo. Agora, porém, está agastada com a situação e desabafou comigo.

- Não estou aguentaaaaaando as minhas amigas! Parece (deusoslivreeguarde!) que estão dando em cima dos meus filhos. Adoro elas, mas isso está me incomodando, sabia?
- Isso o quê, exatamente? – pergunto, cutucando-a para que libere a angústia.
- Por exemplo, se estou numa festa com meus filhos, elas dão uma voltinha e toda hora param na minha frente para dizer: “Como o teu filho está lindo!”, “Nossa, que gato o teu filho!” e por aí. Eu fico porrrr aqui com isso.
     
Foi então que meti o dedo na ferida e arregacei! Mas era uma necessidade ser clara e sincera, e é mesmo o que penso.
- Querida, queres saber? Elogio para filho da gente só até os dois anos deles, e vê lá, que já é muito. Depois disso, estão de olho neles meeeeessssmo! Vou traduzir o que elas disseram: “Como o teu filho está lindo!” = “Caralho, que homem gostoso!”, “Nossa, que gato o teu filho!” = “Quero dar pra ele”.
- Cruz e Credo! Você acha mesmo?
- Acho, não! Tenho certeza! (Apesar da sinceridade, eu não queria promover a discórdia).
- Ôxi, que qué isso?
- Ah, confessa. Tu vais me dizer que não percebes quando uma mulher está a fim de um homem? Ela exala desejo pelos poros! Ela, não. A gente, quero dizer. Só não vê quem não quer! E tem mãe que se faz de cega para não ver...
- Verdade! Eu vejo, mas queria que não fosse verdade o que estou vendo, porque fico com vontade de meter a mão nas fuças das taradas.
- E desde quando é tara olhar para homens da idade dos teus filhos? Normal, por mais que não gostes disso. Além disso, hello! Presta atenção! Eles não são mais criancinhas. Já estão no ponto de abate.
- Vou te enfiar a bolsa na cara agora mesmo!

Eu sabia que ela estava brincando. O que ela não sabia é que eu não estava brincando. Rimos e continuamos a prosa.
- Até outro dia eles usavam fraldas, como é que agora já estão atiçando as vagabundas?
- Impressionante, disse eu. Quanta maldade nesse coração materno! Antes, as amigas eram as melhores pessoas do mundo. Agora, olha do que as chamas (e me inclui fora disso!): taradas, vagabundas. Amiga, sublima isso de uma vez. Teus filhos não usam mais fraldas (e ainda bem que não usam cueca de oncinha... bem, eu não sou testemunha, é só um palpite). São homens lindos, gostosos (acho, claro, é só uma opinião), apetitosos (digamos assim, interessantes, que é mais suave). Eu também dava facinho...
- Calaaaaaada! Não completa a frase ou vou ficar tua inimiga para o resto da vida!

 Uééé... Não entendi o exagero e a ameaça. Eu ia dizer que dava facinho para um como eles. Só isso. Não quero essa amiga minha para sogra.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

À disposição deles

Vera Pinheiro

Por que raios um homem pensa, supõe, imagina e quer que a mulher esteja e fique permanentemente à disposição dele? Se não fosse assim, o homem não ligaria no início da noite querendo ver a mulher meia hora depois, como se ela não tivesse absolutamente nada a fazer a não ser esperar por ele. E pronta, claro, porque ele não quer esperar. Pronta, sem mais nada para fazer e com o telefone na mão esperando que ele ligue para marcar o encontro. Ah, vá! Que palhaçada é essa?!

Outra coisa que não entendo é por que o homem se irrita tanto quando a gente dá um “não” claro e redondo, dizendo que tem outro compromisso – e tem mesmo – aliás, uma festa ótima para a qual ele não está convidado. E por que duvida que no dia seguinte a gente não está livre também e por que não desconfia que ele não é a prioridade, do mesmo modo que se está no último item da imensa lista de (outras) prioridades dele. E por que o bico de “não gostei disso”?

Uma mulher que se preza não se deixa manipular por chantagem emocional, especialmente de última hora, quando ela já está agendada. Quem quer lugar privilegiado na plateia adquire ingresso cedo... ou vai ter de encarar a fila! Próximo!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Curiosidades do meu blog

Vera Pinheiro

Fiquei com dó – sinceramente – de ter encerrado o outro blog, mas não tinha outra coisa a fazer senão partir para outro. Ou deletar parte da história do blog, coisa que eu não queria. Utilizei toda a capacidade da cota em disco e, assim, cada vez que eu queria escrever algo, recebia um alerta de que o espaço estava estourado. Isso foi me comprimindo de um tanto que, aos poucos, encurtei a prosa e deixei de publicar fotos, não sei reparaste nisso. Daí chegou a hora de agir e resolver. E a gente só resolve quando o insuportável se apresenta.

Não acontece isso com os nossos relacionamentos também? Sim, acontece. As pessoas vão fazendo, fazendo e a paciência da gente vai lotando, lotando. Até que um dia a coisa estoura. Por isso, a gente tem de parar antes que tudo estoure e se perca a parte boa, que um dia existiu. Mudando (de espaço ou de pessoa) a gente preserva o que resta de bom.

Este novo blog parece namoro que está começando. Não sei lidar direito com a pessoa, ou melhor, com as características do espaço e com os recursos à minha disposição. Preciso aprender a usar. Já aconteceu, por exemplo, de verificar um erro no texto e não saber corrigir depois de publicado. Alguém me ensina?! Deletei tudo e postei de novo. Na vida é assim também. A gente recomeça várias vezes até acertar. O detalhe é que a gente não pode deletar o que fez. O que está feito... está feito! O bom é o aprendizado que se pode tirar de tudo o que vive e faz (ou deixa de fazer).

Vamos aos números e curiosidades!

No outro blog publiquei 1522 artigos.  Os espaços mais comentados foram o Fala comigo, a Conversa Íntima e o Recados dos leitores.

Os artigos mais vistos foram:.
O povo adora uma sacanagem, é ou não é? Impressionante...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dia da Paz... e de mudança!

Vera Pinheiro

Qual é o estado da paz na tua vida? Reclamas da falta dela? O que tens feito para promover a paz ao teu redor, nos ambientes onde transitas e na convivência com as pessoas? Podes ter tudo, mas se não tiveres paz, nada terás. Que tu faças a tua parte pela paz onde estejas e que possas vivê-la dentro de ti!

Dia de paz, casa nova! Aproveitei a paz deste dia para mudar de endereço. Estourei a capacidade do meu blog e não quis mudar nada nele – por exemplo, apagar fotos ou posts – a fim de ganhar espaço. Seria como tirar pedaços do passado dos meus escritos, então escolhi manter o que estava – e como estava – e mudar de lugar, algo que estava adiando em função do meu apego ao outro espaço. Na vida o que foi, e como foi, se guarda como tal. A gente aprende a lidar com o que viveu – e deve fazer isso, mas nada muda senão o modo como olhamos para as experiências do ontem.

E por falar nisso, “ah se a gente soubesse o que vai viver amanhã...”. É assim que começa o meu “Poema Dia” neste 21 de setembro. Convite feito para visita ao blog http://poemadia.blogspot.com

E aqui, neste novo lugar, que é provisório, mas não sei por quanto tempo, ficarei à espera da primavera, que chega neste 23 de setembro de lua cheia, quinta-feira. Começo neste endereço em uma lua crescente, portanto. Uma fase de fertilidade (de textos, no caso).
                       
Vem ficar comigo. Vou gostar de te receber no meu cantinho novo. Viva a vida!